quarta-feira, 31 de julho de 2019

Líder de esquema criminoso que 'lavou' R$ 122 milhões tem 11 CPFs falsos para abrir empresas, diz polícia


Durante a Operação Endosso, que investiga um esquema envolvendo empresas fictícias que "lavaram" R$ 122 milhões, a Polícia Civil identificou uma mulher com 11 CPFs falsos como líder da quadrilha. Detalhes da organização criminosa foram divulgados nesta quarta-feira (31). (Veja vídeo acima)

Segundo a polícia, Juliana Duarte de Andrade usava os cadastros ilegais para abrir as empresas que participaram do processo e está em Lisboa, em Portugal, desde o dia 20 de julho.

"Ela é a responsável pela emissão de notas fiscais falsas e usa os CPFs diferentes para abrir empresas diferentes. Ela e o marido são operadores financeiros", afirma a delegada Priscilla von Sohsten, à frente das investigações.

O marido de Juliana, Robson Félix da Silva, também está foragido e as equipes buscam informações sobre o local onde ele está. Devido à localização internacional de Juliana, a Interpol deve ser acionada pela Polícia Civil até a segunda semana de agosto.

Além dos mandados de prisão para esses dois foragidos, a polícia também emitiu outros oito mandados para pessoas identificadas como “laranjas”, chamadas para as sociedades de sete empresas fictícias.

"Essas pessoas receberam uma quantia em dinheiro, mas não tinham poder aquisitivo para serem sócias desses empreendimentos. Elas foram presas temporariamente para prestar esclarecimentos", afirma Priscilla.

As empresas falsas, todos do ramo alimentício, foram criadas em 2017 e chegaram a fechar contratos com cinco empresas reais, nos estados de Pernambuco e Sergipe. Ao todo, nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos na terça (30), nos cinco endereços dos empreendimentos.

"Esse esquema foi descoberto a partir de autos de infração emitidos pela Secretaria da Fazenda. Não sabemos se há alguém específico que participa dessa prática nas empresas, mas é isso que vamos investigar", diz a delegada.

As empresas reais citadas pela Polícia Civil são as seguintes:

-Engarrafamento Pitú LTDA
-Construtora Andrade Guedes
-Cupira Atacarejo Bebidas e Alimentos LTDA
-DS Distribuidora Comércio Importação e Exportação de Hortifruti LTDA
-Megga Distribuidora LTDA

De acordo com o diretor de operações estratégicas da Secretaria da Fazenda de Pernambuco, Luiz Rodolfo de Araújo, a Sefaz teve suspeita a partir do cruzamento de informações. “Foi possível identificar pelo bairro, pelo sócio, algumas características que levaram às diligências da Sefaz”, diz.

O dinheiro, segundo a Polícia Civil, poderia ser empregado na construção de quatro hospitais públicos, com sobra de R$ 12 milhões. “É um dinheiro que poderia ser usado na saúde, na educação, nos serviços públicos”, afirma a delegada.

Respostas


Em nota divulgada na terça (30), a Pitú apontou que "está, como sempre esteve, à disposição para colaborar com o poder público, prestando informações e documentos que são solicitados, não tendo sido alvo de nenhum mandado de prisão".

A engarrafadora afirmou, ainda, que "tem em sua cultura empresarial a retidão de comportamento, o respeito às leis e o compromisso de cumprir todas". O G1 tenta contato com as outras empresas citadas pela Polícia Civil.

Fonte: G1-PE/Foto via WhatsApp

(Apoio)

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