segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Polícia Civil investiga injúria racial contra motoboy em São Paulo


Nesta segunda-feira (10) a Polícia Civil de São Paulo abriu um inquérito para investigar injúria racial contra o motoboy Matheus Pires, de 19 anos. O jovem foi vítima de racismo no último dia 31 de julho e abriu representação contra o contabilista Mateus Abreu Almeida Prado Couto, 31.

No dia do ocorrido, Mateus foi levado à delegacia, mas liberado para responder ao crime em liberdade. A família do homem argumentou que ele sofre de esquizofrenia, chegou a apresentar um laudo que comprovaria o tratamento médico e pediu 'compreensão' devido a doença.

Segundo o advogado da vítima, Márcio Santos Abreu, o homem "ter problemas mentais não o isenta de responder por atos. Ele mora sozinho, dirige, trabalha, se sustenta, a residência onde mora é alugada em nome dele. Ou seja, ele tem uma vida comum. Ele tem uma vida como qualquer cidadão mediano. Então, aparentemente, ele é senhor dos seus atos".

Condomínio coloca faixa de repúdio a morador


O condomínio Vila Bela Vista, em Valinhos (SP), onde um motoboy foi ofendido e sofreu racismo de um morador do local, instalou uma faixa ao lado da portaria afirmando que a administração não compactua com a atitude do condômino. O caso aconteceu no dia 31 de julho, mas viralizou nas redes sociais na semana passada.

A faixa foi colocada após a situação gerar revolta, e muitas pessoas passarem no local gritando contra o morador. A administração do local pediu à polícia que fizesse um monitoramento da área. No último sábado, 8, alguns motoboys da região se reuniram para fazer um buzinaço no local, fazendo uma manifestação contra o acontecido.

Em entrevista ao programa Fantástico, o motoboy Matheus Pires Barbosa revelou mais detalhes da situação, explicando que o problema aconteceu por que ele pediu ao morador que buscasse a encomenda na portaria. Ele conta que o morador agiu de um jeito selvagem, dizendo que ele tinha obrigação de ir até a casa, fez uma brincadeira, e ele começou a ofendê-lo. Então, de acordo com o entregador, ele fez uma expressão como se estivesse se fazendo de macaco. “Quando ele falou que eu era preto, eu percebi que ele tinha cometido um crime”.

Em um vídeo que circulou pela internet, o mesmo morador já havia se envolvido em uma outra confusão no condomínio, em que ele destruía o carro de uma vizinha. A ex-vizinha afirmou que se mudou por ter medo do que ele poderia fazer.

Márcio Santos Abreu, advogado do entregador, afirma que o morador será processado criminalmente e civilmente. Nesta segunda-feira (10), o motoboy prestará depoimento à Polícia Civil de Valinhos. O pai do morador, Mateus Almeida Prado, afirmou que o filho sofre de esquizofrenia, apresentando um atestado médico na delegacia. A família também pediu desculpas ao motoboy e a todos os trabalhadores que se sentiram ofendidos.

Alguns internautas se organizaram para promover uma vaquinha on-line para ajudar o entregador, com o intuito de auxiliar na compra de uma casa e investimentos em estudos futuros. O aplicativo iFood se pronunciou sobre o assunto dizendo que o usuário será excluído da plataforma de pedidos delivery, Na nota o aplicativo afirma que preconceito e discriminação são atitudes contra os termos de uso da empresa. o iFood diz também que está em contato para oferecer ao entregador apoio jurídico e psicológico.

Fonte: JC

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